Nessa sexta-feira ensolarada resolvi seguir com as visitas a alguns lugares que ainda me interessam em Guangzhou. Saltei na estação Peasant Movement Institute, na Linha 1, onde pude visitar 3 pontos por ali. O primeiro deles foi o próprio museu Guangzhou Peasant Movement Institute, que retrata de forma bem didática o treinamento comunista (de guerrilha e estudos) que receberam os camponeses na revolução chinesa anti-imperalismo, no local original em que isso ocorreu, fundado nos anos 20 por Mao Tse-Tung.
Neste museu estão preservadas as salas dos oficiais, salões de palestras, bibliioteca e dormitórios, contando ainda com um mural de fotos e exposição de manuscritos, livros, medalhas, roupas, armas e vários artefatos da época. A entrada é gratuita e vale a pena a visita para conhecer um pouco da História do país.
Na mesma rua, a uns 300 metros deste local, fica o maravilhoso e mega interessante Museu Arqueológico do Palácio do Reino Nanyue (aquele mesmo do rei na tumba que visitei essa semana, lembram?).
A entrada também é gratuita, bastando pegar um ticket na bilheteria e assim que você entra no prédio já vê de cara o espaço, que é uma montagem aberta ao público de um sítio arqueológico, simplesmente fantástico!
O sítio vem sendo explorado por estudiosos desde os anos 90, tendo sido encontradas diversas relíquias do Império Nanyue e das Dinastias anteriores ali situadas (lembrando que estamos falando de épocas de até 1000 anos antes de Cristo), tais como pisos, poços, estruturas de paredes e muros, bem como inúmeras peças que foram retiradas do local.
Muito interessante e rico, sendo que uma parte do museu possui uma mostra de fotos de sítios arqueológicos e técnicas de escavação em Roma e na Argentina, pelo que pude entender de locais que serviram como referência e apoio nos estudos realizados na China.
Aqui cabe um parêntese: este ponto fica a apenas uma estação de metrô da Gongyuanqian, onde está situada a Beijing Road, da qual já falamos anteriormente. Essa rua que hoje é um ponto de comércio super movimentado e referência na cidade de Guangzhou, tem umas partes envidraçadas com o piso original das eras anteriores, escavado e preservado para visitação pública. Diante da proximidade com o sítio arqueológico imperial, podemos entender que toda aquela região era o entorno do Palácio e por isso podemos ver estruturas subterrâneas similares em ambos os pontos.
Saindo dali, bem ao lado do museu, fica um templo muito bonito e tranquilo, o Chun Yang Palace and Temple of the Lord of Guangdong.
O templo é bem tradicional, mantendo o estilo de tantos outros templos budistas, com imagens diversas e algumas pessoas fazendo suas orações e oferendas e acendendo incensos.
Na parte da tarde segui incansável (como sempre, kkkk) pela Linha 8 do metrô, saltando na estação Sun Yat-Sen University, onde fica o prédio da Universidade originariamente assim chamada (em que hoje funciona o museu), bem como o lindo campus universitário Zhongshan Daxie.
Já tivemos a oportunidade de falar anteriormente aqui no blog do Dr. Sun Yat-Sen, de extrema importância para o país, por ter sido um médico de destaque e líder revolucionário, primeiro presidente e "pai" (assim é chamado pelo povo chinês) da República Popular da China e o preconizador da Revolução Democrática. Nascido em Zhongshan, em 1866, na infância morou em Honolulu (Havaí), teve seus estudos Medicina em Guangzhou e Hong Kong e na vida revolucionária foi exilado em Londres, Japão e circulou por diversas partes do mundo, tendo uma cultura notável, valendo a pena ler sua biografia. Dentro da universidade existe um memorial com fotos, documentos e demais informações ligadas a ele.
No mais, a universidade é linda (lembra um pouco algumas americanas), tranquila e com muito verde (atenção porque tem um montão de mosquito picando, passe repelente kkkk). Vale a pena reservar pelo menos 2 horas para uma caminhada pelos vários prédios das disciplinas da instituição.
Ufa! Quanta cultura e História existem nessa terra... Não podia ser diferente para um dos países mais antigo do mundo (senão o mais velhinho). Sim! A maioria dos historiadores aponta a China como uma das nações mais antigas, logicamente que não nos moldes e formação que conhecemos hoje, mas levando em conta suas remotas origens, juntamente com os impérios do Japão, Pérsia, Grécia, Roma, Egito, México, Índia... Até mesmo a antiga polêmica sobre a origem do macarrão há muito tempo já foi solucionada, sabendo-se que foi criado aqui!
É o que temos para hoje! Bom fim de semana a todos e sigam viagem conosco!!!